terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Catherine Deneuve e mais 90 mulheres artistas e atrizes francesas defendem que os homens têm o direito de "importunar"


"Esta vontade de mandar os homens para o matadouro, em vez de ajudar as mulheres a serem mais autónomas, ajuda os inimigos da liberdade sexual", lê-se em uma carta aberta publicada no jornal francês Le Monde. A mitológica atriz Catherine Deneuve, de 74 anos, e outras 99 mulheres francesas de grande destaque, denunciaram esta terça-feira uma campanha anti-masculina depois do escândalo Harvey Weinstein e dos escândalos de abusos sexuais em Hollywood que se seguiram. Dizem que a campanha #Metoo, contra o assédio é sexual, é demasiado "puritana" e tem por base o "ódio aos homens". São já vários os movimentos - com os Globos de Ouro a serem também uma demonstração - contra os casos de assédio e abuso sexual, que se refletiram em larga escala nas redes sociais em todo o mundo, França incluída.

"Esta vontade de mandar os homens para o matadouro, em vez de ajudar as mulheres a serem mais autônomas, ajuda os inimigos da liberdade sexual", dizem as mulheres numa carta aberta escrita no Le Monde. O direito masculino de "importunar" uma mulher é essencial na liberdade sexual, dizem as cem mulheres, que voltam a descrever as campanhas como demasiado "puritanas".

Marlen Schiappa, ministra francesa que está incumbida de lutar contra a violência contra as mulheres, disse que o escândalo de Weinstein forçou a repensar a atitude contra o assédio sexual na França. Schiappa tem consultado a nível nacional a hipótese de criar leis que incluam mais medidas, preventivas e punitivas, no que toca ao assédio sexual. "A justiça vigilante tem punido os homens nos seus trabalhos, forçando-os a demitirem-se, quando tudo o que eles fizeram foi tocar um joelho ou tentar roubar um beijo", escrevem também as mulheres. "Defendemos o direito à importunação, que é vital para a liberdade sexual", acrescentam.

Nenhum comentário: