sábado, 27 de janeiro de 2018

Corretora japonesa sofre ataque de hackers e perde R$ 1,7 bilhão em moedas digitais


A corretora japonesa Coincheck, a maior do ramo de criptomoedas do país, revelou na noite de sexta-feira ter sido alvo de hackers e que US$ 532 milhões (ou cerca de R$ 1,7 bilhão) em moedas virtuais desapareceram do caixa da instituição. Segundo o "Japan Times", foi o maior roubo de moedas digitais desde o advento do bitcoin, em 2009, o que provocou pânico entre os clientes da empresa. As criptomoedas, como o bitcoin, são moedas digitais que não estão sujeitas a regulações de qualquer governo ou banco central. As transações são feitas digitalmente, sem intermediação bancária. Como o dinheiro em espécie, elas permitem que os usuários gastem ou recebam os recursos de forma anônima, ou em grande parte anônima, por meio da internet.

No caso do ciberataque contra a Coincheck, o alvo foi a moeda XEM, que funciona através do blockchain NEM. Ela foi lançada em 2015 e é a décima em valor no ranking das criptomoedas. Segundo o "Japan Times", a corretora já avisou a agência nacional responsável por serviços financeiros e suspendeu os saques de quase todas as criptomoedas, com exceção do bitcoin. Em 2014, outra corretora japonesa, a Mt. Gox, que já respondeu por 80% das transações mundias com bitcoin, quebrou após ter perdido cerca de US$ 450 milhões em números divulgados na época e que foram revisados para baixo depois.

A Coincheck disse que percebeu a transferência irregular de US$ 532 milhões da moeda virtual por volta de 11h25m da manhã de sexta-feira. Ela avisou os clientes em uma nota em seu blog às 12h07m que os depósitos da XEM estavam suspensos. As demais transações com as moedas virtuais foram congeladas no fim da tarde. O cofundador da corretora, Yusuke Otsuka, disse que não sabe como essa quantia sumiu da corretora e que estava trabalhando na segurança dos ativos dos clientes, mas reconheceu que não está certo se a instituição vai reaver o dinheiro perdido.


O Japão é um dos maiores mercados de criptomoedas e é apontado como referência na supervisão de transações com esse tipo de divisa, pois adotou regras mais rígidas após a quebra da Mt. Gox. Por isso, o roubo preocupou investidores. A Coincheck foi fundada em 2012 e tem 71 funcionários.

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