quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Promotores dos Estados Unidos investigam novos crimes financeiros na Fifa e no COI

O escritório da promotoria do Distrito Leste de Nova York, no Brooklyn, está conduzindo investigações sobre novos crimes financeiros que envolveriam a Fifa, o COI (Comitê Olímpico Internacional) e o Comitê Olímpico dos Estados Unidos. Segundo o jornal "The New York Times", os promotores enviaram solicitações à Justiça para colher informações a respeito das escolhas das duas próximas sedes do Mundial de Atletismo. A competição de 2019 será realizada em Doha, no Qatar, enquanto o torneio de 2021 ocorrerá em Eugene, no Estado americano de Oregon. Os promotores solicitaram documentos, testemunhos e registros financeiros que datam a partir de 2013. 

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos apura se foram cometidos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes pelos dirigentes envolvidos no processo de escolha das sedes. Também é alvo de investigação a empresa de marketing Helios Partners, que ajudou a Rússia a sediar a Olimpíada de Inverno de 2014 e a Copa do Mundo deste ano. 

Os indivíduos convocados pela Justiça para prestar informações deverão se apresentar à corte federal no Brooklyn até o final desta semana. A divisão de promotores do Brooklyn é a mesma que passou anos investigando o escândalo de corrupção da Fifa. A operação deflagrada em 2015 acarretou na prisão de diversos dirigentes do futebol, entre eles o ex-presidente da CBF, o cartola José Maria Marin. 

As principais suspeitas levantadas pelo Departamento de Justiça americano recaem sobre a Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf). A entidade apontou Eugene como sede do próximo mundial sem que houvesse a abertura de um processo de escolha entre outros concorrentes. A forma como as sedes foram definidas também é objeto de investigação das autoridades francesas. 

O senegalês Lamine Diack, que comandou a Iaaf por 16 anos, está preso na França desde novembro de 2015. Ele é acusado de aceitar propina para encobrir um esquema de doping de atletas russos. As conexões com Lamine Diack e seu filho, Papa Diack, resultaram na prisão do ex-presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, em outubro do ano passado. Ele é acusado de participar de um esquema de compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016.

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