domingo, 25 de fevereiro de 2018

Dados da Odebrecht foram apagados, diz polícia


Laudo da Polícia Federal divulgado na sexta-feira (23) indicou que houve destruição de dados em sistemas da Odebrecht. Peritos do órgão analisaram os sistemas Drousys e MyWebDay a pedido do juiz Sergio Moro. A destruição dos dados, segundo o laudo, ocorreu em 22 de junho de 2015, três dias após a prisão do sinhozinho baiano corrupto e propineiro Marcelo Odebrecht na 14ª fase da Operação Lava Jato. Os peritos relatam que foi utilizado um comando cuja principal função é sobrescrever arquivos com dados aleatórios, destruindo o conteúdo original. Os peritos definem o Drousys como um sistema destinado ao armazenamento e edição de arquivos, acesso à internet e recursos de comunicação, entre outros. Já o MyWebDay era utilizado pelo departamento de propinas da empreiteira no gerenciamento de dados contábeis e financeiros.

O documento foi anexado ao processo em que o bandido corrupto, lavador de dinheiro e chefão da organização criminosa petista, o ex-presidente Lula, é acusado de ter favorecido a empreiteira em troca de favores, como a compra de um lote para o Instituto Lula. O laudo indicou que o codinome "Beluga" foi utilizado na contabilidade paralela da empresa com a função de controlar gastos relativos ao imóvel objeto da ação penal. Entre os beneficiários físicos do codinome está a DAG Construtora, apontada como laranja na compra do terreno para o instituto. Outro beneficiário é o empresário Glaucos da Costamarques, réu no processo e suposto laranja na compra do apartamento vizinho ao de Lula em São Bernardo do Campo (SP).

O escritório de advocacia de Roberto Teixeira, amigo e compadre do bandido corrupto Lula, também teria recebido repasses. Com a apresentação do documento da Polícia Federal, os advogados das partes podem solicitar a Moro que mais testemunhas sejam ouvidas ou que o material seja submetido a nova perícia para sanar dúvidas. Sobre a autenticidade dos arquivos eletrônicos entregues pela Odebrecht ao Ministério Público Federal, o laudo diz que, dos 1.912.667 arquivos, só 842, ou 0,043%, apresentam não conformidades. Marcelo Odebrecht disse em depoimento sigiloso que pediu para seu cunhado e vice-presidente do grupo, Maurício Ferro, dar fim ao departamento de propinas.

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