quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Morre Eva Sopher, o símbolo de vida cultural no Rio Grande do Sul nos últimos 50 anos



Eva Sopher, 94 anos, faleceu às 19h40 desta quarta-feira, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. A grande dama da cultura no Rio Grande do Sul, guardiã do Theatro São Pedro durante mais de três décadas, nasceu em Frankfurt am Main, Alemanha, no dia 18 de junho de 1923. Judia, Eva Sopher teve que fugir da Alemanha junto com a família, devido à ascensão do regime nazista, A família, que tinha uma vida abastada, com seu pai na posição de banqueiro, perdeu todos seus bens. Eva Sopher chegou ao Rio de Janeiro em 1936, aos treze anos de idade. Ligou-se ao grupo Pro Arte de Theodor Heuberger, no Rio de Janeiro, e depois se fixou em São Paulo, onde estudou arte, desenho e escultura no Instituto Mackenzie. Em 1950, ela adquiriu nacionalidade brasileira e, em 1960, transferiu-se para Porto Alegre, já estando casada com Wolfgang Klaus Sopher. Então ela reativou o Pro Arte a pedido de Heuberger, organizando concertos, espetáculos de teatro e apresentações de grandes orquestras ao longo de mais de duas décadas, trazendo a Porto Alegre artistas como Jean-Pierre Rampal, Pierre Fournier, Narciso Yepes, Mauricio Kagel, o I Musici, a Orquestra de Câmara de Jean François Paillard, Sir John Barbirolli e a Orquestra Hallé, a Orquestra de Câmara de Moscou, e a Orquestra Sinfônica de Israel, regida por Zubin Mehta. Sua casa se tornou um ponto de reunião de intelectuais gaúchos.

Em 1975, Eva Sopher assumiu a direção do Theatro São Pedro, para gerenciar as obras de sua restauração, continuando a dirigi-lo depois de sua reabertura em 1984, como Presidente da Fundação Theatro São Pedro. Eva Sopher estava afastada há algum tempo das atividades devido a complicações na saúde. Em setembro de 2016, a presidente da fundação foi internada após sofrer um acidente vascular cerebral.

Nenhum comentário: