terça-feira, 13 de março de 2018

Justiça de Andorra pede extradição do cartola Ricardo Teixeira


A juíza Canòlic Mingorance pediu a extradição do cartola Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), para Andorra. Ela é responsável por investigar o cartola brasileiro num processo de lavagem de dinheiro, que também inclui Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona. Segundo a magistrada, Teixeira é suspeito de ser membro ativo da rede internacional. No despacho assinado no início deste mês, ela diz que o brasileiro teria lavado em Andorra mais de 8 milhões de euros (cerca de R$ 32 milhões) obtidos de forma irregular com o recebimento de propina pela venda dos direitos da seleção brasileira. 

A Constituição do Brasil proíbe a extradição de brasileiros, salvo os naturalizados, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. Teixeira também é acusado na Espanha por ter cometido o mesmo crime. Desde maio do ano passado, Rosell está preso em Madri por participar do esquema de lavagem de dinheiro. A Justiça espanhola afirma que Teixeira e sua ex-mulher tinham cartões de crédito bancados pela Uptrend, empresa de Rosell nos Estados Unidos.

Para os investigadores, em cada jogo da seleção brasileira, a dona dos direitos sobre as partidas, a ISE, teria de repassar um porcentual para a Uptrend. De acordo com a Justiça da Espanha, a Uptrend teria sido criada para camuflar pagamentos a Teixeira. As investigações em Andorra e na Espanha são um desdobramento do processo aberto pelo FBI em 2015, que prendeu uma série de cartolas da América Latina suspeitos de corrupção. Desde então, José Maria Marin, sucessor de Teixeira, está preso no Exterior.

Já Marco Polo Del Nero, que assim como Teixeira nunca mais deixou o Brasil, foi banido por 90 dias pela Fifa. A punição termina nesta quinta-feira (15). A entidade que controla o futebol no mundo deve afastar Del Nero definitivamente do futebol. Na Espanha, a juíza Carmem Lamela enviou às autoridades brasileiras a investigação sobre Teixeira. O mineiro de 70 anos presidiu a CBF por mais de duas décadas.

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