domingo, 25 de março de 2018

Martín Vizcarra assumiu a presidência do Peru


Martín Vizcarra assumiu na tarde de sexta-feira (23) como o novo presidente do Peru ao ser juramentado pelo Congresso, pouco depois que o Legislativo formalizou a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski. Vizcarra, um engenheiro civil de 55 anos, jurou diante do Congresso após às 13 horas locais (15 horas, pelo horário de Brasília), em uma cerimônia na qual o chefe do legislativo, o opositor Luis Galarreta, colocou a faixa presidencial. No seu solene discurso perante o Congresso, Vizcarra abordou diretamente a questão da corrupção generalizada e as práticas desonestas que marcaram o final da presidência do seu predecessor, Pedro Pablo Kuczynski, assim como a inimizade e a disputa entre os poderes do Estado. Pediu que seu governo marque um "ponto final" nessa época e que inicie uma "refundação institucional do país onde a democracia e o respeito pelo país sejam bandeiras".

"A justiça deverá atuar com independência, responsabilidade e rapidez, mas, ao mesmo tempo, o que aconteceu deve marcar o ponto final de uma política de ódio e confronto, de uma política de ódio e confronto que só prejudicou o país", declarou o presidente depois de assumir o cargo. Vizcarra já foi chefe do governo regional do estado de Moquegua (2011-2014), região mineradora do sul do Peru marcada por desigualdades. Era até então o primeiro vice-presidente e embaixador do Peru no Canadá. 

Kuczynski, conhecido no país como PPK, apresentou sua carta de renúncia na quarta-feira, na véspera do que seria o segundo julgamento de impeachment que enfrentaria. Na sexta-feira, após o vazamento de uma resolução preliminar do Congresso, ele ameaçou retirar a carta para que a denúncia prosseguisse. O texto o apontava como traidor da pátria, e Kuczynski alegou que queria se defender. 

O presidente do Congresso, o opositor Luis Galarreta, rebateu, alegando que o documento vazado é "um rascunho" que sequer foi aprovado pelos porta-vozes das bancadas parlamentares. Após meses com o mandato ameaçado devido aos vínculos de empresas ligadas a ele com a construtora Odebrecht, Kuczynski jogou a toalha na quarta-feira, um dia antes de se submeter a um processo de impeachment no Congresso. Sua saída foi precipitada pela divulgação de vídeos, insinuando que seu governo estava tentando comprar votos de congressistas para se manter no poder.

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