terça-feira, 20 de março de 2018

Petrobras vai paralisar as fábricas de fertilizantes no Nordeste à espera de comprador


A Petrobras anunciou nesta terça-feira (20) a "hibernação" de duas deficitárias fábricas de fertilizantes no Sergipe (Fafen-SE) e na Bahia (Fafen-BA), em uma medida que visa reduzir perdas nas operações enquanto a companhia busca um comprador para os ativos. A hibernação das unidades, que consiste na parada progressiva da produção, com conservação dos equipamentos e prevenção de impactos ambientais, deve ser iniciada até o fim do primeiro semestre, e representa mais um passo na estratégia da petroleira estatal de deixar o setor de fertilizantes.

"Quando você olha essas plantas, a melhor alternativa para a Petrobras no momento é hiberná-las enquanto o processo de desinvestimento caminha. A gente precisa agora é parar de gerar prejuízos", disse o diretor-executivo de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino. As duas fábricas registraram prejuízo conjunto de cerca de R$ 800 milhões no ano passado, e o cenário de longo prazo continua indicando resultados negativos para as unidades. No quarto trimestre de 2017, a Petrobras realizou provisão de R$ 1,3 bilhão para perdas com as fábricas de fertilizantes.

Celestino disse que as unidades na Bahia e no Sergipe enfrentaram problemas de competitividade por sua localização, distante tanto do acesso à matéria-prima quanto dos mercados demandantes. Em comunicado mais cedo na terça-feira, a Petrobras disse que preparou um plano de transição para fornecedores e clientes das unidades, bem como ações de responsabilidade social com o objetivo de mitigar impactos que venham a ocorrer nas comunidades com a hibernação. Em paralelo, a Petrobras já havia anunciado planos de vender seus ativos restantes no setor de fertilizantes, a subsidiária integral Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná, e a Unidade de Fertilizantes-III (UFN-III), no Mato Grosso do Sul, que teve obras iniciadas em 2011 mas não chegou a ser concluída.

"Nós estamos perto de achar compradores para a Ansa e a UFN III", afirmou Celestino. "Nós recebemos, sim, ofertas por elas... Recebemos não-vinculantes e agora vinculantes", adicionou. A Petrobras anunciou ainda em setembro passado a abertura de processo para a venda da Ansa e da UFN-III. Já as unidades de fertilizantes na Bahia e em Sergipe não haviam recebido nenhuma proposta até o momento da decisão de hiberná-las, segundo o diretor da Petrobras. A meta no plano de negócios da companhia é conseguir vender US$ 21 bilhões em ativos no biênio de 2017 e 2018. A diretoria da Petrobras aponta que as principais apostas para as novas vendas são os gasodutos Norte/Nordeste. Além deles, a companhia disponibiliza, entre outros, a refinaria de Pasadena, 71 campos terrestres, 33 campos de águas rasas, três campos de águas profundas e distribuição no Paraguai.

Um comentário:

SHAMI disse...

divirta-se...
BNDES era o ALVO,mas não deu certo AINDA.
http://www.transgasdevelopment.com/global/brazil/