segunda-feira, 2 de abril de 2018

Juizes e promotores entregam manifesto ao Supremo pela manutenção da cadeia para o bandido corrupto Lula



Integrantes do Ministério Público e do Poder Judiciário protocolaram nesta segunda-feira, 2, no Supremo Tribunal Federal, uma nota técnica e um abaixo-assinado com mais de 5 mil assinaturas, entre magistrados e membros dos Ministério Públicos, estaduais e federais, para que a Corte não mude o entendimento que permite a prisão de condenados na segunda instância da justiça. Segundo o promotor Renato Varalda, de Brasília, o ato foi uma forma de pressão sobre os ministros do Supremo, mas uma tentativa de “sensibilização” para que o Supremo respeite a jurisprudência firmada em 2016 (que possibilita a execução antecipada da pena) quando for julgar o habeas corpus do bandido corrupto, lavador de dinheiro, chefe da organização criminosa petista e ex-presidente Lula, nesta quarta-feira, 4. Varalda fez parte do grupo de dez pessoas, entre integrantes do Ministério Público e juízes, que entregou os documentos no prédio da Corte em Brasília nesta tarde de segunda-feira. A intenção do grupo também era de passar nos gabinetes dos ministros para deixar a nota técnica e o abaixo-assinado. 

O manifesto, que conta com a assinatura do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, é apresentado dois dias antes do julgamento pelos 11 ministros do Supremo do habeas corpus do petista, condenado a 12 anos e um mês de cadeia no caso triplex. As assinaturas continuarão sendo colhidas até esta quarta-feira.  Disse Baralda: "Esse abaixo-assinado é de procuradores, promotores e juízes preocupados com a impunidade e com o grande índice de criminalidade no Brasil. A preocupação é que ocorra um efeito cascata, em que haja a liberação de homicidas, latrocidas, estupradores, traficantes do Brasil todo a partir do momento em que o tribunal rever o posicionamento e inviabilizar a execução de pena após condenação em segunda instância”.

O grupo de juristas e integrantes do Ministério Público também abordam a interpretação que é dada ao princípio constitucional da presunção de inocência, usado como principal argumento entre os que defendem a prisão de condenados somente após o trânsito em julgado das ações penais. “Presunção de inocência não tem essa abrangência toda. Ela é um princípio relativo como qualquer outro princípio, ela deve ser analisada e balizada com outros princípios da Constituição Federal, como o princípio à vida, o princípio da garantia da propriedade e da segurança pública. Por isso é possível sim a execução provisória em segundo grau”, disse o promotor do Distrito Federal.

Também apoiam o manifesto o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, no Paraná, procurador Deltan Dallagnol, as procuradoras da Lava Jato, em São Paulo, Thaméa Danelon e Anamara Osorio, os procuradores José Augusto Vagos e Sérgio Luiz Pinel Dias, da Lava Jato, no Rio, a procuradora regional da República, Ana Paula Mantovani, além dos procuradores-gerais de Justiça de Goiás (Benedito Torres), do Alagoas (Alfredo Mendonça) e do Rio de Janeiro (Eduardo Gussem) e, ainda, o procurador do Ministério Público do Tribunal de Contas de União, Julio Cesar Marcelo de Oliveira. “Nada justifica que o STF revise o que vem decidindo no sentido de que juridicamente adequado à Constituição da República o início do cumprimento da sanção penal a partir da decisão condenatória de 2ª instância. A mudança da jurisprudência, nesse caso, implicará a liberação de inúmeros condenados, seja por crimes de corrupção, seja por delitos violentos, tais como estupro, roubo, homicídio etc”, afirma o abaixo assinado.

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