terça-feira, 3 de abril de 2018

Morreu Winnie Mandela, militante sul-africana contra o regime de apartheid



Winnie Madikizela-Mandela, militante sul-africana que lutou contra o apartheid, morreu aos 81 anos nesta segunda-feira (2) . Ela foi mulher do ex-presidente sul-africano, o comunista Nelson Mandela, que se tornou um ícone na defesa da igualdade racial. Ela morreu em um hospital de Joanesburgo depois de “uma longa doença”, que a obrigou a ser internada várias vezes desde o início do ano.


Winnie e Nelson se casaram em 1958, seis anos antes de ele ser condenado à prisão perpétua pelo regime de minoria branca. Durante os 27 anos de prisão de Mandela, Winnie continuou com a luta anti-apartheid, passou pela prisão, por prisões domiciliares, e confinamentos em uma localidade afastada de todos. O casal se divorciou em 1996 - dois anos depois que Mandela se tornou o primeiro presidente negro do país.


Winnie ressaltava a sua importância na luta do ex-marido enquanto ele esteve preso. "Se eu não tivesse lutado, Mandela não teria existido, o mundo inteiro o teria esquecido e ele teria morrido na prisão como queriam as pessoas que o prenderam", declarou ela ao jornal francês "Le Journal du Dimanche", em 2013. Em 1991, ela foi condenada por cumplicidade no sequestro de um jovem militante à pena de prisão comutada por uma multa. Também foi condenada por fraude em 2003. 


Conhecido como "Madiba" na África do Sul, Nelson Mandela foi foi um dos principais responsáveis pelo fim do regime racista do apartheid, vigente entre 1948 e 1993. Mandela ficou no poder de 1994 a 1999 e morreu aos 95 anos, em Pretória. No começo de 2018, o Supremo Tribunal de Apelações da África do Sul arquivou um processo movido por Winnie, que pretendia assumir a casa familiar de Nelson Mandela em Qunu, no leste do país.


Ela afirmava que, de acordo com a jurisprudência local, a residência pertencia a ela, já que a comprou em seu nome em 1989, quando Nelson Mandela estava preso e o casal ainda estava junto. Nelson Mandela deixou seus bens a sua última esposa (Graça Machel), seus filhos e netos, bem como colaboradores, escolas e seu partido, o comunista Congresso Nacional Africano (ANC). Ele não deixou nada para Winnie.

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