quarta-feira, 2 de maio de 2018

A "charuteira" Denise Abreu sofre busca e apreensão da Polícia Civil e Promotoria de São Paulo, e também o Ilume


Os promotores paulistas Letícia Ravacci e Neudival Mascarenhas, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), e José Carlos Blat, do Patrimônio Público e Social da capital São Paulo, realizaram uma operação de busca e apreensão na sede do Departamento de Iluminação Pública do Município de São Paulo (Ilume) e na residência de Denise Abreu, ex-diretora do órgão, nesta quarta-feira, 2. Foram apreendidos documentos e HDs de computadores. Denise Abreu é conhecida como a "Charuteira", desde que foi fotografada em uma festa sofisticada de casamento, em buffet de luxo em Salvador, na mesma noite em que ocorria a primeira e única paralisação do tráfego aéreo brasileiro, justo quando ela era diretora da Anaac. Denise Abreu é amiga do bandido corrupto mensaleiro José Dirceu, de quem foi subchefe da Subchefia Jurídica da Casa Civil no regime da organização criminosa petista. 

A operação de busca e apreensão foi autorizada pela Justiça a pedido do Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária (DIPO) de São Paulo e contou o auxílio de policiais do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil (GOE). Os promotores investigam pagamento de vantagens indevidas a ex-funcionários do Ilume e já recomendaram a suspensão e posterior rescisão do contrato subscrito recentemente entre a administração municipal de São Paulo e o consórcio FM Rodrigues, vencedor da licitação da PPP (Parceria Público-Privada) da iluminação pública. Áudios revelaram a ex-diretora do Ilume, Denise Abreu, falando em recebimento de propina para a manutenção do contrato. O áudio foi gravado por uma ex-servidora do Ilume, que colabora com investigações do Ministério Público Estadual. Era a ex-secretária de Denise Abreu, mulher de jornalista, que admitiu que recebia propina de sua chefe. Na gravação ambiental, a "charuteira" Denise Abreu menciona que seria o ‘último mês’ porque a empresa não teria ‘mais contrato’. “Eu vou te dar os seus três (três mil reais).. Mas a empresa (FM Rodrigues) não tem mais contrato e eu não vou ter como arcar daqui pra frente com isso. É o último mês. Simplesmente não tem como”. 

A prefeitura assinou contrato com o Consórcio FM Rodrigues/CLD, vencedor da Parceria Público-Privada (PPP) da Iluminação Pública. A concorrente da FM Rodrigues era o consórcio Walks, integrado pela WPR Participações – do grupo WTorre -, a Quaatro e a KS Brasil Led Holdings. A proposta da Walks foi de R$ 23,25 milhões por mês, ante R$ 30,158 milhões ofertados pelo concorrente FM Rodrigues. Diversas batalhas judiciais foram travadas entre as concorrentes e a prefeitura excluiu a Walks do certame por considerar que uma das empresas do consórcio é controladora da Alumini, empresa declarada inidônea pela Controladoria-Geral da União. No áudio, gravado antes do resultado da licitação, a diretora da Ilume, a "charuteira" Denise Abreu, afirma ser um ‘escândalo’ a possibilidade de a WTorre – do consórcio Walks – vencer a licitação, e se diz "inimiga da empresa". A WTorre é alvo de investigação na Lava Jato, mas nunca foi denunciada, como foi dito por Denise Abreu em trechos do áudio.

Um comentário:

zaza disse...

Já estava na hora, demorou.