terça-feira, 8 de maio de 2018

BNDES anuncia corte de juros e venda de R$ 10 bilhões em ativos em acelerado processo de desinvestimento e capitalização

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode vender mais R$ 10 bilhões em ações neste ano, afirmou nesta terça-feira, 8, o presidente da instituição de fomento, Dyogo Oliveira. O banco também anunciou que reduzirá, até a metade, os spreads de risco que cobra na composição das taxas de juros de seus empréstimos. A ideia inicial era vender R$ 10 bilhões, mas o executivo acredita que o valor será superado. A estimativa não inclui os R$ 8,5 bilhões embolsados com a venda de parte de sua fatia na Fibria. 


"Estamos trabalhando com a ideia de pelo menos R$ 10 bilhões em desinvestimentos (em 2018), mas acho que isso vai ser superado", disse Oliveira, na manhã desta terça-feira. Sobre o corte, Dyogo Oliveira explicou que a redução foi possível porque houve queda na inadimplência e porque a instituição atualizou parâmetros na metodologia de cálculo de recuperação de crédito. Os juros do BNDES são formados numa composição do custo básico, que é a Taxa de Longo Prazo (TLP, que segue as taxas dos títulos públicos NTN-Bs), mais um "spread" básico e mais um "spread" de risco, no caso das operações diretas. Nas operações indiretas, o spread de risco é cobrado pelo banco repassador. Nas operações diretas, a queda no "spread" de risco ficará entre 25% e 50%, conforme a classificação de risco de cada cliente. 

O BNDES possui a própria metodologia de classificação. Hoje, as empresas com melhores notas têm spread de cerca de 1%, disse o diretor financeiro do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas. Já as firmas com as piores notas pagam cerca de 3,5%. No caso das operações indiretas, o spread de "intermediação financeira" do BNDES cairá do atual 0,23% ao ano para 0,15% ao ano. "Isso tudo é derivado da revisão das metodologias de análise de risco de crédito", afirmou o presidente Oliveira. "Mas o que estamos revendo é uma queda geral da inadimplência", completou o executivo. Desde o início do ano, o BNDES vem num esforço de reduzir seus spreads. Oliveira admitiu que o movimento visa a fazer frente às quedas de custo de crédito, na esteira da redução dos juros básicos da economia. "Com essas reduções de spreads, a gente vai cada vez mais reduzindo as taxas finais para os clientes", afirmou o presidente do BNDES.

Nenhum comentário: