terça-feira, 8 de maio de 2018

Polícia Federal encontra 39 quadros, entre eles, obras de Di Cavalcanti em apartamento de Dario Messer, o 'doleiro dos doleiros'


Policiais federais encontraram 39 quadros de autoria do pintor Di Cavalcanti quando cumpriam mandado de busca e apreensão da operação "Câmbio, Desligo", no apartamento do doleiro Dario Messer. Entre as obras, há um desenho com dedicatória do pintor ao polonês Mordko Messer, pai de Dario e apontado como primeiro doleiro a atuar no País. Os policiais ainda encontraram no local um saco preto com joias. As pedras preciosas estavam escondidas no banheiro do apartamento.

Messer é citado em investigações da Polícia Federal desde os anos de 1980. Engenheiro por formação, Dario Messer está no radar da Polícia Federal há cerca de 30 anos, com citações em inquéritos policiais desde o fim dos anos 1980. Já naquela época, o doleiro aparecia como operador de personalidades do Rio de Janeiro. Por exemplo, Waldomiro Paes Garcia, o Miro, então patrono da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. A cobertura localizada na Delfim Moreira foi o apartamento onde Dario Messer morou no Rio de Janeiro desde os anos 1990. Em 2004, uma busca realizada pela Polícia Federal no local como parte das investigações do Propinoduto já encontrou essas obras. Ao se mudar para o Paraguai, em 2016, Messer transferiu R$ 7,7 milhões para a mulher, Rosane Messer, além da propriedade do apartamento. O Ministério Público Federal considera que Dario Messer era uma peça importante na "gigantesca lavagem de dinheiro" descoberta na investigação que originou a operação Câmbio, Desligo. A organização criminosa, de acordo com as investigações, teria movimentado desde 2011 algo em torno de R$ 6 bilhões. Os procuradores federais no Rio de Janeiro, consideravam que Messer "não abandonou a atividade de doleiro, pelo contrário, incrementou e sofisticou o núcleo financeiro da organização criminosa". As investigações mostram que o doleiro passou a liderar o esquema de evasão de divisas, conforme se constatou após as declarações dos colaboradores Vinícius Claret, conhecido como Juca Bala, e Cláudio Barboza, o Tony, e outros funcionários seus que relataram à Justiça Federal a atuação de uma rede de doleiros no Rio de Janeiro.
 
Os procuradores da República acreditam que Rosane Messer é usada pelo marido para receber valores sem fonte declarada no país, como forma de ocultar dinheiro obtido de forma ilícita. As joias encontradas no apartamento serão analisadas pela perícia da Polícia Federal e depositadas em um cofre. A Operação "Câmbio, Desligo" é desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal expediu 45 mandados de prisão nesta quinta-feira (3) no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, além do Paraguai e Uruguai.




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